
Ser neurótico não é necessariamente um problema – todo mundo à rigor tem algum grau de neurose. O importante é entender como isso afeta sua vida e seu bem-estar.
Se a neurose está causando sofrimento ou dificultando seus relacionamentos, pode valer a pena explorar maneiras de lidar com ela, a terapia é um modo saudável para isso.
A neurose pode se manifestar de várias formas, como ansiedade excessiva, preocupações constantes, autocritica intensa, dificuldade de fazer escolhas e decidir, ou a necessidade de controle. Muitas vezes, quem se reconhece como neurótico sente que está sempre alerta, antecipando problemas e tentando evitar falhas. Isso pode gerar exaustão mental e emocional e levar, por exemplo, à síndrome de burnout relacionada como reflexo no trabalho.
A neurose é uma doença ligada a vários quadros, o que significa dizer que nos dias atuais é muito comum ver pessoas falando em alterações de comportamento, mudanças de humor, pessoas bipolares, pessoas esquizofrênicas. Isso, sem necessariamente saber que se trata de neuroses e que precisam de tratamento.
O quadro neurótico pode estar ligado a angústia emocional, conflitos inconscientes, perturbações mentais e ansiedade. A neurose pode ter também um lado positivo que é o quadro daqueles que costumam ser detalhistas, responsáveis e preocupadas em fazer as coisas da melhor forma possível. O desafio está em encontrar um equilíbrio entre essa sensibilidade do comportamento e a tranquilidade interior, sem se deixar dominar pela ansiedade ou pelo medo de cometer erros, incluindo o decidir-se.
Podemos dizer que existem basicamente 5 principais tipos de neuroses. As mais comentadas no meio clínico e leigo, naturalmente com outra linguagem menos hermética, são:
- Obsessiva: pensamento fixo em ideias e atos, como a obsessão por pensamentos trágicos;
- Compulsiva: comportamento repetitivo exagerado, como a compulsão alimentar;
- Ansiosa: pensamentos de insegurança e inquietação sobre o que pode ocorrer no futuro;
- Fóbica: medo ou pavor, dos mais diversos tipos, como a agorafobia, que é o medo de estar em público;
- Histérica: paralisias transitórias, ações corporais involuntárias ou picos comportamentais explosivos.
Neste momento, não vamos entrar no detalhe destes tipos. O mais importante é saber que a procura da psicoterapia é bastante comum no caso da neurose e essencial para melhorar a qualidade de vida.
Na psicoterapia quanto mais uma pessoa compreende suas tendências neuróticas, mais ela de forma saudável reduz seu sofrimento e melhora o seu bem-estar.
Ela pode ajudar a questionar padrões negativos de pensamento. Pode, igualmente, ajudar no desenvolvimento maior da autocompaixão, onde a pessoa, em vez de se punir pelos erros ou insegurança, pode aprender a se acolher e se tratar com mais gentileza.
A psicoterapia pode trabalhar a aceitação das incertezas perante a vida, em que o desejo excessivo de querer obter o controle de tudo é uma grande armadilha para a ansiedade neurótica. O tratamento pode ajudar a lidar melhor com os aspectos imprevisíveis da vida. O seu processo não implica fazer com que a pessoa perca sua essência ou deixar de ser quem é. Pois, o seu objetivo não é eliminar a neurose e sim transformá-la em algo mais equilibrado, que permita uma vida mais leve e satisfatória no geral.
Uma reflexão importante a se fazer neste momento é: Como você avalia, e sente, que sua neurose está? Ela mais te impulsiona no dia a dia, ou mais te impede de fazer coisas; ela te obstrui, bloqueia, atrapalha, tolhe, dificulta, prejudica, te reprime na condução de sua vida?
“A neurose se dissolve quando nos conhecemos melhor e com honestidade; nos curamos com paciência, nos amamos sem condições e nos superamos a cada dia com coragem.”
Wagner Bosco