A vida de casal é mais complexa do que imaginamos, pois como união de vidas ele passa por inúmeras fases e sofrem a influência direta de eventos previstos e imprevistos numa jornada de permanente construção. Portanto, os altos e baixos existem que exige uma estrutural pessoal, e de casal, para encararem todos eles, além de se amarem e se doarem como parceiros.

Este desafio de vida é sempre “leonino”, pois ele deveria preservar a personalidade de cada um, na sua maneira de sentir e reagir com a sua própria emocionalidade, modo de pensar e o jeito de solucionar problemas comuns, e outros incômodos particulares a que passam todos o casais.

Quando esta ansiedade, o ritmo e o modo de pensar e reagir de cada um torna-se um incômodo também, por exemplo, e venham a se tornar um sinal de angústia, sinalizada por um ou por ambos, a ajuda profissional pode ser necessária para que ambos cheguem a um ajuste combinado que os satisfaçam – racional e afetivamente.

Quando os filhos existem e compõem a família, outros aspectos jamais abordados no casal de maneira insuficiente, podem fazer emergir a qualidade e o estágio de maturidade que ele se encontra. Novamente, uma ajuda terapêutica qualificada – familiar e de casal, pode ser interessante e oportuna.

Há, vale dizer, um mito daqueles que desconhecem o processo terapêutico de casais que ele existe como ajuda exclusiva para manter e salvar a união do casal. Isto não é verdade. O pressuposto terapêutico básico, humanista, é prestar apoio emocional e clínico para que questões mal abordadas pelo casal sejam refletidas e resolvidas por ambos de uma maneira compartilhada, sem o uso de artifícios que geralmente se observa nos conflitos trazidos para a clínica, e que podem alcançar um estágio crítico de desgaste e prejudicial, a um ou ambos.

No ápice do tratamento quando é possível se manejar o processo de terapia breve em um contexto de intimidade e mais segurança, o casal pode chegar à eficácia terapêutica quando deseja se entregar de verdade a uma nova experiência emocional corretiva que “corrija” a antiga vivência traumática. Isto significa acreditar e colocar energias numa reconstrução que tenha uma nova cara mais autêntica do casal em que o vínculo se refaz, se renova.

Mas o que venha ser a terapia de casal?

A terapia de casal é um tipo de terapia de ajuda para que casais se entendam e resolvam problemas em seu relacionamento. O psicoterapeuta pode ajudar a identificar problemas, observarem os pontos de conflitos, níveis de tensão, impactos do conflito um no outro, os valores envolvidos na conflitiva, suas consequências emocionais que interferem no bem-estar do casal.

Como resultando do processo de atendimento psicoterápico, naturalmente a comunicação e o modo como ela acontece é observado no diálogo, ou setting terapêutico, onde se aprende a enxergar a qualidade da comunicação e o modo de expressão dos sentimentos, deveriam em tese ocorrer de forma clara, empática e respeitosa.

Tudo isso tem como único objetivo melhorar e fortalecer o relacionamento, que pode coincidir com a manutenção do relacionamento, ou não.

E como o processo terapêutico funciona para o casal?

A terapia de casal funciona como um espaço seguro, regular, de forma dialogada, em que os parceiros exploram os problemas no relacionamento e suas consequências psicoemocionais, com a ajuda de um psicoterapeuta qualificado.

O processo quando bem conduzido é sistemático e obedece a uma metodologia de facilitação com atividades que são seguidas de reflexões, que servem para promover o entendimento e a percepção sensível do que está acontecendo entre eles.

Estes elementos do processo citados, que abordam a nossa forma de trabalho, se formaliza através de um contrato terapêutico em que premissas são colocadas à mesa pelo psicoterapeuta, alinhadas uma a uma, podendo o psicoterapeuta se valer, se necessário, da realização de atendimento individual paralelo, para aclarar situações específicas, prevendo como tendência abordá-las posteriormente no setting comum.

Por último, as sessões terapêuticas preveem sua brevidade como método psicoterapêutico que são determinadas pelo psicoterapeuta no início dos trabalhos.

O término combinado de antemão evita as dificuldades relacionadas a quais critérios levar em conta na hora da alta, que estará decidida pelo par terapeuta/casal independentemente dos “resultados”.

“Juntos, em jornada, a alma desnuda, e em cada sessão um novo olhar. Palavras que curam, laços que se atam. Na terapia de casal – um espaço mágico, um novo recomeçar em um modo transparente de como se verem e decidirem”.

 Wagner Bosco

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